Os
representantes do nosso planalto deixaram claro que são contra a tão almejada
redução da maioridade penal (leia a notícia aqui). Isso foi um dia depois do atual governador de são Paulo
anunciar que seu partido iria entrar com um projeto de alteração do estatuto da
criança e do adolescente tanto para diminuir a maioridade penal quanto para
aumentar os anos de punição aos menores infratores, passando de três anos para
dez.

Mas,
parece que aqui ou o pessoal está fazendo vistas grossas ou realmente estão
sendo negligentes com a sociedade. A questão é que atualmente vivemos na era da
impunidade para os menores infratores e algo precisa ser feito urgentemente a
respeito. Não importa que mais pra frente seja necessário reformar o ECA mais
uma vez, o que importa é que nossos legisladores aprendam de vez a colaborar
com o judiciário.
Não
adianta um juiz querer proferir sentença exemplar a um menor sendo que
nas normas do estatuto não prevemos algo que realmente seja forte para reprimir
ações assim. Pelo contrário, muitos até se animam a entrar para a vida
criminosa já no período entre a infância e adolescência por saberem que estarão
impunes caso sejam descobertos por seus crimes. Além disso, muitos traficantes
usam dessa brecha legal para manipular menores no âmbito do tráfico de drogas,
pois se os próprios traficantes se propusessem
a fazer o “trabalho sujo”, as penas seriam muito mais severas do que um
mero estatuto que necessita urgentemente de uma bela e exemplar reforma.
Todos
nós sabemos que a prisão não é meio de disciplinar ninguém, aliás, hoje em dia
com nosso sistema carcerário jogado às traças, presos de diversos crimes
convivem em mesma sela e acabam passando por uma verdadeira faculdade do crime.
Enquanto o preso foi detido por roubo, ele sai sabendo matar, traficar, extorquir,
a ser estelionatário etc. Entretanto é bom salientar que a sociedade deseja
algo que pelo menos sirva de repressão para os menores, nem que eles acabem
saindo de lá piores do que entraram, mas que pelo menos sirva de exemplo para
os outros menores que estão desejando seguir a mesma carreira dos colegas, mas
que ficam na dúvida por causa de uma possível consequência pesada, que seria a
prisão de 10 anos sugerida pelo governador.
Se
formos analisar de forma fria realmente a prisão não ia servir de combate a
nada, mas pelo menos traria um pouco mais de segurança para a população que
aprendeu a se trancar enquanto os bandidos vivem soltos. Ao pensar em uma
prisão temos dois pontos de vista: O da reabilitação e o da segurança. Uns
acreditam que a prisão deve servir de meio de reabilitação do preso,
independentemente dele ser menor de idade ou não. Já outros querem somente que
a prisão sirva de meio de segurança para as pessoas que não tem mais o direito
de ir e vir tão prezado pela nossa constituição. A população quer segurança,
não importa se isso vai reabilitar ou não um criminoso, que por estar no mundo
do crime mostra que não está muito interessado em se reabilitar.
É
claro que há exceções como no caso dos criminosos que estão nesse meio sujo por
questões de necessidade. Mas a sociedade sabe discernir muito bem quando um
criminoso é criminoso por ser de má índole ou quando realmente ele fez aquilo
por pura necessidade. Entretanto, é interessante lembrar que a necessidade não
é justificativa para ninguém entrar no meio criminoso, há muitas pessoas
necessitadas que sejam honestas e vivem no limite para não sucumbir ao meio
fácil e enganoso da desonestidade.
É
nesse dilema que encontramos a solução para tanta insegurança que notamos nos
dias de hoje. A prisão não vai tornar ninguém melhor, mas pelo andar de nossa
carruagem, do jeito que as coisas estão prender serve de paliativo pra pelo
menos tirar de circulação quem vive tirando o sono do trabalhador honesto
brasileiro.
O problema
é punir alguém sem uma norma que preveja essas punições. De fato alguns menores
infratores merecem ser punidos de forma mais severa, mas alguns não merecem
esse mesmo tratamento. Nosso sistema carcerário não distingue quem é mais
perigoso nem quem anda roubando mais ou matando mais, ele somente prende e
pronto. Será que prender é a solução para alguma coisa? É claro que não, mas se
não formos prender agora, o que poderemos fazer para dar um basta nessa onda de
violência? Sair matando criminoso por criminoso?
A
curto prazo a prisão é a melhor alternativa. Sabemos muito bem como resolver
esse problema. Mas pra isso todo o nosso sistema deverá sofrer alterações
significativas. Saúde, educação, assistência social dentre outros setores que
vegetam na sociedade. Enquanto eles não funcionarem, a prisão será sim uma
solução, mas que acaba nos trazendo muito mais problemas do que antes, fazer o
que, não tem jeito!
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